A Independência
do Brasil que foi proclamada em 7 de setembro de 1822 só foi feita plenamente
no dia 2 de julho de 1823 quando foi expulso de Salvador-BA o famigerado
português o General Madeira. Salvador foi cercada por tropas brasileiras do Recôncavo
Baiano e faltando abastecimento. Com este sítio a cidade, o último refúgio Português
deixou de existir.
Por este
feito e em justa homenagem o aeroporto de Salvador chama-se 2 de Julho.
Após a Independência,
o Imperador Pedro I promulgou nossa 1ª Constituição, uma Constituição Liberal,
contrariando o interesse dos Senhores de Engenho e grandes fazendeiros que
desejavam uma Constituição com maiores poderes para o Imperador e os Liberais (padres,
profissionais liberais, jornalistas) que defendiam a nova Constituição. Pedro I
também criou os Conselhos de Província os quais foram substituídos pelas Assembleias
Provinciais. Os conservadores também eram conhecidos como Absolutistas.
A situação da
Província de Pernambuco era precária tendo em vista a instabilidade do Brasil
nos dez primeiros anos da Independência. Havia badernas, motins nos quartéis e
golpe de Estado que foi dado pelo próprio Imperador Pedro I quando dissolveu a Assembleia
Constituinte. O sistema era patriarcal com cada chefe político tendo sua
milícia armada. A corrupção era generalizada (1831). Estava em todo canto, nas
repartições, nas instituições, nas alfândegas.
Desde o período colonial raro o alto
funcionário do governo que não fosse suspeito de corrupção.
Ainda hoje a
corrupção anda de mãos dadas com todos os setores do governo. A corrupção faz
parte da cultura nacional. A notícia da abdicação de Pedro I em 7 de abril de
1831, só chegou ao Recife em 5 de maio. Iniciou-se o período da Regência, sendo
o principal Regente o Pe Diogo Antônio Feijó.
Na sociedade
patriarcal até meados do século 19, o primeiro filho herdava o título e
propriedades, o segundo seguia a carreira das armas e o terceiro filho seria o
padre da família e grande parte sem a verdadeira vocação sacerdotal. O que
havia de padres com filhos, principalmente de escravas era impressionante.
Um dos
grandes personagens da história republicana foi o José do Patrocínio, filho de
um padre com uma escrava. Com a abdicação de Pedro I iniciou-se em Pernambuco um
movimento conhecido como Guerra dos Cabanos, dando sequência a Cabanagem da
província do Pará, movimento este que chegou a ter governo próprio. Os Cabanos
de Pernambuco (viviam em cabanas pelo interior) lutavam contra os chefes políticos,
os Coronéis absolutistas. Os Cabanos queriam maior autonomia das províncias,
que a Constituição fosse mais liberal, libertação dos escravos. O principal
chefe Cabano foi Vicente Ferreira de Paula, mulato, filho de um padre de Goiana.
O movimento teve início em Panelas de Miranda. Nesta época (1841) os Frades e
conterrâneos Frei Caetano de Messina e Frei José Plácido de Messina foram
evangelizar a população do Agreste, ficando Frei Caetano em Bom Conselho.
Eram
numerosos os amancebados, havendo um hábito denominado “despique” onde os
homens trocavam as mulheres uns com os outros. Na Guerra dos Cabanos já havia
uma igreja onde hoje se localiza o cemitério de Taquary Velho. A mando de um
coronel absolutista foi assassinado nesta igreja o Pe Morais que era um
representante dos Cabanos na região. Já escrevi sobre a trilha de 400 anos que
liga Quebrangulo a Bom Conselho. Esta trilha foi usada pelos Cabanos, e Taquary
Velho fica à margem desta estrada.
É o Taquari
velho fazendo parte de nossa gloriosa história Pernambucana. Hoje Taquary
pertence ao distrito de Rainha Isabel, município de Bom Conselho-PE.
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