Quando o Getúlio
Vargas foi deposto em 1945, a política brasileira passou a ser dividida em dois
grandes grupos ou seja: os getulistas (PTB) e os da oposição (UDN). Na campanha
presidencial de 1946 os getulistas foram vencedores com o Marechal Eurico
Gaspar Dutra derrotando o Brigadeiro Eduardo Gomes, um dos fundadores da FAB e
remanescente da revolta dos 18 do Forte de Copacabana.
Getúlio voltou ao poder pelo voto popular em 1950, porém, a oposição batia forte levando este Presidente ao suicídio em 1954. Após a morte do Getúlio, o Brasil passou por momentos difíceis em sua vida política, levando a revolta principalmente por oficiais da Força Aérea Brasileira. Os então ministros (1955 a 1956) da Aeronáutica Eduardo Gomes, da Marinha Amorim do Vale não “engoliram” a vitória do Juscelino e do Jango em 1955 e promoveram através de subordinados uma revolta que ficou conhecida como a “Revolta de Jacareacanga”. Em 10 de fevereiro de 1956 oficiais da Aeronáutica como o major Aroldo Veloso e o capitão José Chaves Lameirão partiram do campo dos Afonsos-RJ e foram para a Base Aérea de Jacareacanga no Pará. Dez dias após o início da rebelião os rebeldes já controlavam 5 localidades Cachimbo, Belterra, Itaituba, Aragarças e a cidade de Santarém. Após 19 dias de rebelião as tropas legalistas prenderam o major Aroldo Veloso e os outros líderes foram se asilar na Bolívia. Todos eles foram anistiados pelo presidente JK.
Quem me contava com detalhes esses acontecimentos era
o meu tio Reinaldo Alexandre, sargento especialista da Aeronáutica no final da
década de 50, e prestando serviços no Campo dos Afonsos-RJ.
Apesar da anistia concedida por JK aos militares
envolvidos na Revolta de Jacareacanga em fevereiro de 1956, o clima de
insatisfação e de conspiração contra o governo continuou, sobretudo na
Aeronáutica.
A Revolta de Aragarças, que eclodiu em 2 de dezembro
de 1959, começou a ser articulada em 1957. A nova conspiração teve a
participação do ex-líder de Jacareacanga, tenente-coronel aviador Haroldo
Veloso, e de dezenas de outros militares e civis, entre os quais o
tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, que foi o seu principal líder. O objetivo
era iniciar um "movimento revolucionário" para afastar do poder o
grupo que o controlava, cujos elementos seriam, segundo os líderes da
conspiração, corruptos e comprometidos com o comunismo internacional.
Partindo do Rio de Janeiro, com três aviões Douglas
C-47 e um avião comercial da Panair sequestrado, e de Belo Horizonte, com um
Beechcraft particular, os rebeldes rumaram para Aragarças, em Goiás. Pretendiam
bombardear os palácios Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar também as
bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará, entre outras. Na realidade, nem o bombardeio
aos palácios, nem a ocupação das bases chegaram a ocorrer, e a rebelião ficou
restrita a Aragarças. A revolta durou apenas 36 horas. Seus líderes fugiram nos
aviões para o Paraguai, Bolívia e Argentina, e só retornaram ao Brasil no
governo Jânio Quadros.
Em 1973 conheci pessoalmente o Brigadeiro Burnier já
que era pai do então Tenente-aviador Burnier, meu colega de classe na Faculdade
de Administração do Ceará.
0 comentários:
Postar um comentário