JOAQUIM NABUCO UM GRANDE PERNAMBUCANO

on sexta-feira, 22 de abril de 2022

 

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu a 19 de agosto de 1849, em Recife. (Em 1970 esta casa na rua da Imperatriz foi uma pensão na qual tive o privilégio de residir). Após seu pai ir morar no Rio de Janeiro, o Joaquim Nabuco, então com 7 anos, passou a viver com sua madrinha no Engenho Massangana no Cabo de Santo Agostinho. De uma feita um escravo fugitivo ajoelhou-se aos pés do pequeno Nabuco solicitando proteção. Ele exigiu que sua madrinha o comprasse e em seguida o libertasse. Ali começou a nascer o seu espírito abolicionista.

Ele morreu em 17 de janeiro de 1910, em Washington, Estados Unidos. Advogado, foi deputado do Império. Destacou-se na defesa da abolição da escravatura. Proclamada a República, deixou a política. Dedicou-se a escrever representar o Brasil em missões diplomáticas.

Joaquim Nabuco desenvolveu uma análise do Brasil a partir do fenômeno da escravidão. A enorme resistência dos proprietários de Terra e da elite política em acabar com escravismos no país (o Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir essa forma de trabalho), convenceu Nabuco de que a situação dos negros estava no centro da estrutura social do país.

A principal obra de Joaquim Nabuco é um livro curto e elegante, O Abolicionismo, publicado em 1883, no qual ele desenvolve uma análise da influência da escravidão na sociedade brasileira. O texto não se limita a propor o fim do trabalho forçado. Ele mostra como a vida política do Brasil, pretensamente liberal, estava influenciada pelo escravismo.

As consequências da escravidão, como o desprezo pelo trabalho e a de formação da elite liberal brasileira, ambas assinaladas por Nabuco, foram ideias que influenciaram parte do pensamento político nacional no século XX. A obra de Nabuco chamou atenção para inexistência de um verdadeiro liberalismo no Brasil e para a necessidade de se resolver o problema da profunda divisão social originária da escravidão.

Analise o resumo do seu pensamento abolicionista:

“Diz-se que entre nós a escravidão é suave, e os senhores são bons. A verdade, porém, é que toda escravidão é a mesma, e quanto à bondade dos senhores esta não passa de resignação dos escravos. Quem se desse ao trabalho de fazer uma estatística dos crimes, ou de escravos ou contra escravos, quem pudesse abrir um inquérito sobre a escravidão e ouvir as queixas dos que a sofrem, veria que ela no Brasil ainda é hoje tão dura, bárbara e cruel como foi em qualquer outro país da América.”

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