Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu a 19
de agosto de 1849, em Recife. (Em 1970 esta casa na rua da Imperatriz foi uma
pensão na qual tive o privilégio de residir). Após seu pai ir morar no Rio de Janeiro,
o Joaquim Nabuco, então com 7 anos, passou a viver com sua madrinha no Engenho Massangana
no Cabo de Santo Agostinho. De uma feita um escravo fugitivo ajoelhou-se aos
pés do pequeno Nabuco solicitando proteção. Ele exigiu que sua madrinha o
comprasse e em seguida o libertasse. Ali começou a nascer o seu espírito
abolicionista.
Ele morreu em 17 de janeiro de 1910, em Washington,
Estados Unidos. Advogado, foi deputado do Império. Destacou-se na defesa da
abolição da escravatura. Proclamada a República, deixou a política. Dedicou-se
a escrever representar o Brasil em missões diplomáticas.
Joaquim Nabuco desenvolveu uma análise do Brasil a
partir do fenômeno da escravidão. A enorme resistência dos proprietários de
Terra e da elite política em acabar com escravismos no país (o Brasil foi um
dos últimos países do mundo a abolir essa forma de trabalho), convenceu Nabuco
de que a situação dos negros estava no centro da estrutura social do país.
A principal obra de Joaquim Nabuco é um livro curto e
elegante, O Abolicionismo, publicado em 1883, no qual ele desenvolve uma
análise da influência da escravidão na sociedade brasileira. O texto não se
limita a propor o fim do trabalho forçado. Ele mostra como a vida política do
Brasil, pretensamente liberal, estava influenciada pelo escravismo.
As consequências da escravidão, como o desprezo pelo
trabalho e a de formação da elite liberal brasileira, ambas assinaladas por
Nabuco, foram ideias que influenciaram parte do pensamento político nacional no
século XX. A obra de Nabuco chamou atenção para inexistência de um verdadeiro
liberalismo no Brasil e para a necessidade de se resolver o problema da
profunda divisão social originária da escravidão.
Analise o resumo do seu pensamento abolicionista:
“Diz-se que entre nós a escravidão é suave, e os
senhores são bons. A verdade, porém, é que toda escravidão é a mesma, e quanto à
bondade dos senhores esta não passa de resignação dos escravos. Quem se desse
ao trabalho de fazer uma estatística dos crimes, ou de escravos ou contra
escravos, quem pudesse abrir um inquérito sobre a escravidão e ouvir as queixas
dos que a sofrem, veria que ela no Brasil ainda é hoje tão dura, bárbara e
cruel como foi em qualquer outro país da América.”
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