HENRIQUE AUGUSTO MILLET, O PATRIARCA DA FAMÍLIA

on sexta-feira, 10 de julho de 2020

José Roberto Pereira


        Sempre tive a curiosidade de conhecer meus antepassados para que eles não fiquem enterrados no cemitério da história. Descendo de José de Barros Lima “O Leão Coroado” grande revolucionário e patriota da única e verdadeira revolução no Brasil que foi a Revolução Pernambucana de 1817(pesquise no Youtube: Famílias Araújo Pereira, Barros Lima, Pessoa e a REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA de 1817). Não é fácil este trabalho, porém se consegue; José de Barros Lima gerou Ana Joaquina de Albuquerque, que gerou Urbano Gomes de Araújo Pereira, que gerou Simplício Olavo de Araújo Pereira, que gerou Maria de Lourdes Pereira, que gerou José Roberto Pereira que gerou Alexandre Dimas Martins Pereira, e demais filhos.

Estou me dedicando a pesquisar a importância da família Millet em nosso estado, sendo que todos os Millet do Brasil tem descendência direta do Franco/Brasileiro Henrique Augusto Millet. Nascido em 1817 veio como jovem engenheiro trazido pelo então Presidente da Província de Pernambuco Francisco Rego Barros com a missão Francesa acompanhando o engenheiro Vauthier. Não só ele, como também os engenheiros Buessard, Morel e Pothier, isto em 1840. Além do Teatro Santa Izabel, o engenheiro Millet foi responsável por construções de estradas e outras obras públicas em nosso estado, como a planta completa da cidade do Recife.

Ficando no Recife, e já como cidadão pernambucano, casou-se com Maria Carmelita de Albuquerque, filha do Barão da Boa Vista, grande proprietário de terras e sendo o Henrique Augusto Millet proprietário do Engenho São Estêvão (1846). Além de engenheiro civil, o Henrique Augusto Millet foi um grande escritor, sendo suas principais obras:

“O Quebra-Quilos e a Crise da Lavoura (1876)

A Lavoura da Cana de Açúcar (1881)

Miscelânea econômica e política (1882)

Além de engenheiro, foi agraciado por Pedro II como Cavalheiro das Imperiais ordens do Christo e Rosa. Faleceu o Henrique Augusto Millet em 1897, deixando como um dos filhos o Henrique Augusto de Albuquerque Millet, Jornalista, Advogado, Deputado Estadual Constituinte em 1891 e segundo o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco foi Procurador Geral da Companhia Beberibe que em 12 de novembro de 1897 moveu uma ação de recuperação do Engenho Manjope para esta companhia. Na campanha do General Emídio Dantas Barreto (filho de Bom Conselho de Papacaça), contra o Conselheiro Francisco da Rosa e Silva iremos encontrar o Henrique Augusto de Albuquerque Millet com seu Jornal “O Pernambuco” defendendo a aula dantista com seus principais jovens redatores a exemplo de Mário Melo, Trajano Chacon, Alfredo de Carvalho, Aníbal Fernandes, dentre outros. Este Jornal era localizado na Rua do Imperador e foi empastelado (destruído) por ser contra a política de Rosa e Silva (mandou em Pernambuco de 1896 a 1911) a mando do governador Herculano Bandeira em janeiro de 1911 sendo reaberto sete meses após. Com a vitória de Dantas Barreto dois motivos levaram ao rompimento de Henrique Augusto de Albuquerque Millet com governador eleito:

- primeiro, seu nome a pré-candidato a Deputado Federal foi retirado da lista por Dantas Barreto;

- segundo, a morte do jornalista Trajano Chacon pela Polícia Dantista devido um editorial do jovem jornalista cobrando providências por dois assassinatos em Lajedo.


 
Henrique Augustode Albuquerque Millet
Jornal o Pernambuco – 1911

Essa crônica é dedicada ao amigo Alberto Millet Ribeiro (in memoriam) avô materno dos meus filhos e descendente direto desta ilustre família.



4 comentários:

Dimas disse...

https://periodicos.ifal.edu.br/diversitas_journal/article/view/917/903
olha este artigo...

Dimas disse...

um outro tema interessante para falar seria das ferrovias de pernambuco... olha este link.. http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/mapas/1898redePernambucana.shtml

Zé Roberto disse...

Muito obrigado Dimas pelas sugestões.

BRANDAO disse...

Boa tarde!
Adorei a matéria.
Sou descendente também de Henrique Milet. A minha bisavó que se chamava Noemi, era filha do dr. Henrique.

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