E O CORSÁRIO JAMES LANCASTER ATACA O RECIFE (1595)

on sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 

Há uma diferença marcante entre ser pirata dos mares e corsário.

O pirata, tendo no mastro principal do navio a bandeira da caveira, atacava quaisquer navios independente da nacionalidade.

Já o corsário era financiado pelo seu país para atacar apenas navios inimigos.

Segundo historiadores, o principal pirata foi o Barba Ruiva e o principal corsário a serviço da Inglaterra e sua rainha Elizabeth I foi o James Lancaster. Este corsário foi o primeiro comandante inglês a realizar uma viagem ao Índico, passando pelo Cabo da Boa Esperança. Essa travessia era importante para trazer especiarias e este mercado era dominado apenas por portugueses e espanhóis. Nesta época, 1595, os reinos de Portugal e Espanha estavam unificados na pessoa do Rei espanhol Felipe II, que estava em guerra com a Inglaterra, logo nosso “Fernambuck” (Pernambuco), era uma colônia espanhola, com seus mais de 70 engenhos de açúcar nas margens do Rio Pirapama, sendo o Cabo de Santo Agostinho o maior exportador de açúcar neste período. Olinda era uma opulência total e o porto do Recife abastado de açúcar, fumo e algodão. Também o porto armazenava toda a carga do navio São Pedro que encalhou nas costas Pernambucanas e estava carregado de especiarias, drogas, perfumes, tecidos indianos, tapetes, sedas, rubis, esmeraldas, diamantes, ouro e uma série de produtos orientais.

James Lancaster

Lancaster chegou ao Porto do Recife na noite de 25 de março de 1595, numa Sexta-Feira Santa. Praticamente sem defesa e com apenas 80 homens, Lancaster tomou o porto, conseguiu ajuda de navios franceses e holandeses para carregar toda a carga armazenada. Durante 30 dias James Lancaster permaneceu no Recife e com todo respeito à população local por parte dos seus marinheiros. Foi o maior “butim” de um corsário em toda América do Sul, calculado em 50 mil libras pelos ingleses e mais de 2 milhões em ouro segundo os embaixadores de Veneza em Madrid.


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