Há uma diferença marcante entre ser pirata dos mares e
corsário.
O pirata, tendo no mastro principal do navio a bandeira da caveira,
atacava quaisquer navios independente da nacionalidade.
Já o corsário era financiado pelo seu país para atacar apenas navios
inimigos.
Segundo historiadores, o principal pirata foi o Barba Ruiva
e o principal corsário a serviço da Inglaterra e sua rainha Elizabeth I foi o
James Lancaster. Este corsário foi o primeiro comandante inglês a realizar uma
viagem ao Índico, passando pelo Cabo da Boa Esperança. Essa travessia era
importante para trazer especiarias e este mercado era dominado apenas por
portugueses e espanhóis. Nesta época, 1595, os reinos de Portugal e Espanha
estavam unificados na pessoa do Rei espanhol Felipe II, que estava em guerra
com a Inglaterra, logo nosso “Fernambuck” (Pernambuco), era uma colônia
espanhola, com seus mais de 70 engenhos de açúcar nas margens do Rio Pirapama, sendo
o Cabo de Santo Agostinho o maior exportador de açúcar neste período. Olinda
era uma opulência total e o porto do Recife abastado de açúcar, fumo e algodão.
Também o porto armazenava toda a carga do navio São Pedro que encalhou nas
costas Pernambucanas e estava carregado de especiarias, drogas, perfumes,
tecidos indianos, tapetes, sedas, rubis, esmeraldas, diamantes, ouro e uma
série de produtos orientais.
Lancaster chegou ao Porto do Recife na noite de 25 de
março de 1595, numa Sexta-Feira Santa. Praticamente sem defesa e com apenas 80
homens, Lancaster tomou o porto, conseguiu ajuda de navios franceses e
holandeses para carregar toda a carga armazenada. Durante 30 dias James
Lancaster permaneceu no Recife e com todo respeito à população local por parte
dos seus marinheiros. Foi o maior “butim” de um corsário em toda América do Sul,
calculado em 50 mil libras pelos ingleses e mais de 2 milhões em ouro segundo
os embaixadores de Veneza em Madrid.
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