Já escrevemos sobre personalidades brasileiras que não são conhecidas nem valorizadas. Escrevemos sobre o Júlio Frank, Marechal Lott, Líbero Badaró e hoje iremos retratar um pouco da história do maior físico brasileiro, o inventor do rádio, gênio gaúcho, o Padre Roberto Landell de Moura, que foi o primeiro cientista a transmitir a voz humana por meio de ondas eletromagnéticas, feito realizado em 1899.
A descoberta das ondas eletromagnéticas é um dos melhores exemplos da
importância da pesquisa teórica básica para o desenvolvimento da tecnologia. A
existência das ondas eletromagnéticas foi prevista por Maxwell no ano de 1856 e
sua comprovação experimental foi realizada por Hertz, mais de 30 anos depois.
Apesar de
pouco conhecido, o padre Landell de
Moura foi o primeiro a fazer uso de ondas de rádio, ou seja, ondas
eletromagnéticas, para transmitir informação sonora, de um local para outro,
sem a utilização de fios ou cabos. A primeira demonstração pública de
transmissão de voz ocorreu no ano de 1901, na cidade de São Paulo, cobrindo uma
região de oito quilômetros.
Até então,
as comunicações eram feitas por meio do uso do telégrafo com fio, inventado por
Morse; do telefone, também com fio, de Graham Bell; e da transmissão de código
Morse feita por Marconi. Entretanto, até a demonstração de Landell de Moura,
ninguém havia conseguido transmitir a voz humana usando sinais de rádio.
O padre
Landell requereu e conseguiu a patente, em 1901, para o desenvolvimento de um
equipamento destinado a realizar transmissão fonética à distância, com ou sem o
uso de fio, através do espaço.
Sem apoio
de entidades governamentais e da Igreja, rumou para os Estados Unidos, onde
também conseguiu três patentes: “Transmissor de Ondas”, Precursor do rádio,
“Telefone sem fio” e “Telégrafo sem fio”. Após conseguir as patentes nos
Estados Unidos, retornou ao Brasil, acreditando que então teria algum tipo de
apoio.
No entanto,
não conseguiu sensibilizar a Marinha para usar suas descobertas na comunicação
entre navios. A falta de visão e, principalmente, a falta de conhecimento do
que estava sendo feito pelos cientistas na Europa e nos Estados Unidos acabaram
com as possibilidades do rápido desenvolvimento de uma tecnologia nacional, na
área das comunicações, no início do século.
Desiludido,
o padre Landell de Moura abandonou suas pesquisas e dedicou-se somente à vida
religiosa. Imediatamente após caducar o prazo de suas patentes, os americanos
exploraram comercialmente essas descobertas. O reconhecimento de seu trabalho
só veio muitos anos depois, quando a Telebrás deu o nome de Padre Landell de
Moura ao seu centro de pesquisas. Além disso, os radioamadores brasileiros têm
Landell de Moura como seu patrono. O Brasil não respeita seus gênios que
continuam desconhecidos, inclusive no meio acadêmico, com raras exceções.
0 comentários:
Postar um comentário