LÍBERO BADARÓ, O MÁRTIR DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

on quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

 

João Batista Líbero Badaró

          A liberdade de expressão em sua quase totalidade, e não é total porque alguns órgãos de imprensa estão a favor do poder constituído seja a nível municipal, estadual e federal. Aqui no Brasil, em seus períodos de ditaduras (1930/1945 e 1964/1985) o regime controlava os órgãos de imprensa sendo suas principais figuras do puxa-saquismo governamental o Assis Chateaubriand que criou os Diários Associados e o Roberto Marinho que fundou com as “benesses” da Ditadura instalada e com apoio financeiro do grupo Americano Time/Live, o Sistema Globo com jornal, rádio e TV. Na década de 50 tivemos um período da imprensa livre, principalmente no governo JK, sendo sua principal representante a Revista o Cruzeiro com colunistas do nível de Raquel de Queiroz e David Nasser.

Quando Roquete Pinto criou a primeira Rádio brasileira na década de 20 do século passado, sua principal preocupação foi com a educação à distância, o rádio como “professor” dos menos favorecidos. O governo sacou a importância do rádio e já na década de 30 passou a ser seu principal financiador.

Quem primeiro escreveu defendendo a liberdade de expressão foi o médico e jornalista Ítalo/brasileiro o João Batista Líbero Badaró. Dedico esta crônica aos jornalistas e radialistas que estão sendo mortos apenas por defender os interesses da sociedade e total liberdade de expressão que infelizmente não é aceita pelos governantes sejam municipais, estaduais ou federais.

Recentemente vimos o presidente da nossa República afirmar: “que a imprensa é “canalha”, nossas eleições são fraudulentas, que o covid-19 é uma gripezinha e outros absurdos sendo o principal deles “cuidado com 2022”!

Para os que não conhecem, vamos escrever um pouco da biografia do médico, jornalista e político o Líbero Badaró sendo ele conhecido como “o mártir da imprensa livre”.

Aqui em Bom Conselho o bom exemplo desta imprensa é o Jornal A Gazeta.

Giovanni Battista Líbero Badaró (ou Dr. João Batista Líbero Badaró), jornalista, político e médico, formou-se pelas universidades de Turim e Pávia, na Itália.

Chegou ao Brasil em 1826, aos 28 anos de idade. Estabelecendo-se em São Paulo, filiou-se à corrente liberal que pregava a autonomia para o Brasil e participou de lutas políticas ligadas à independência.


Túmulo de Líbero Badaró no Cemitério da Consolação, em São Paulo

Em 1829 fundou o jornal periódico "Observador Constitucional" onde denunciava os desmandos e excessos cometidos pelos governantes. Já no primeiro dia de circulação, escreveu: "Não devia vegetar no Brasil a planta do despotismo". No dia 20 de novembro de 1830, Badaró sofreu um brutal atentado à bala. A primeira pessoa a socorrê-lo foi o estudante de direito Emiliano Fagundes Varela, pai do futuro poeta Fagundes Varela. Suas últimas palavras foram: "Morre um Liberal, mas não morre a Liberdade". No dia seguinte estava morto.

Um alto funcionário do Judiciário imperial chegou a ser processado como mandante do crime, mas foi absolvido, por falta de provas. Segundo historiadores, a ordem para matar Badaró pode ter partido do próprio imperador dom Pedro 1º.

A contribuição de Líbero Badaró para a defesa da liberdade de expressão vai além da tragédia pessoal. É seu um dos primeiros escritos publicados no Brasil em defesa da liberdade de imprensa, refutando sempre a tese de que os abusos praticados pela imprensa justificariam o cerceamento da liberdade.

Com sua morte, aumentaram o descontentamento e as manifestações de protesto contra o absolutismo de D. Pedro 1o, que abdicou em 7 de abril de 1831.

0 comentários:

Postar um comentário