A liberdade de
expressão em sua quase totalidade, e não é total porque alguns órgãos de
imprensa estão a favor do poder constituído seja a nível municipal, estadual e
federal. Aqui no Brasil, em seus períodos de ditaduras (1930/1945 e 1964/1985)
o regime controlava os órgãos de imprensa sendo suas principais figuras do
puxa-saquismo governamental o Assis Chateaubriand que criou os Diários Associados
e o Roberto Marinho que fundou com as “benesses” da Ditadura instalada e com
apoio financeiro do grupo Americano Time/Live, o Sistema Globo com jornal,
rádio e TV. Na década de 50 tivemos um período da imprensa livre,
principalmente no governo JK, sendo sua principal representante a Revista o Cruzeiro
com colunistas do nível de Raquel de Queiroz e David Nasser.
Quando Roquete Pinto criou a primeira Rádio brasileira
na década de 20 do século passado, sua principal preocupação foi com a educação
à distância, o rádio como “professor” dos menos favorecidos. O governo sacou a
importância do rádio e já na década de 30 passou a ser seu principal financiador.
Quem primeiro escreveu defendendo a liberdade de
expressão foi o médico e jornalista Ítalo/brasileiro o João Batista Líbero
Badaró. Dedico esta crônica aos jornalistas e radialistas que estão sendo
mortos apenas por defender os interesses da sociedade e total liberdade de
expressão que infelizmente não é aceita pelos governantes sejam municipais,
estaduais ou federais.
Recentemente vimos o presidente da nossa República
afirmar: “que a imprensa é “canalha”, nossas eleições são fraudulentas, que o
covid-19 é uma gripezinha e outros absurdos sendo o principal deles “cuidado
com 2022”!
Para os que não conhecem, vamos escrever um pouco da
biografia do médico, jornalista e político o Líbero Badaró sendo ele conhecido
como “o mártir da imprensa livre”.
Aqui em Bom Conselho o bom exemplo desta imprensa é o Jornal A Gazeta.
Giovanni Battista Líbero Badaró (ou Dr. João
Batista Líbero Badaró), jornalista, político e médico, formou-se pelas
universidades de Turim e Pávia, na Itália.
Chegou ao Brasil em 1826, aos 28 anos de idade.
Estabelecendo-se em São Paulo, filiou-se à corrente liberal que pregava a
autonomia para o Brasil e participou de lutas políticas ligadas à
independência.
Em 1829 fundou o jornal periódico "Observador
Constitucional" onde denunciava os desmandos e excessos cometidos pelos
governantes. Já no primeiro dia de circulação, escreveu: "Não devia
vegetar no Brasil a planta do despotismo". No dia 20 de novembro de 1830,
Badaró sofreu um brutal atentado à bala. A primeira pessoa a socorrê-lo foi o
estudante de direito Emiliano Fagundes Varela, pai do futuro poeta Fagundes
Varela. Suas últimas palavras foram: "Morre um Liberal, mas não morre a
Liberdade". No dia seguinte estava morto.
Um alto funcionário do Judiciário imperial chegou a
ser processado como mandante do crime, mas foi absolvido, por falta de provas.
Segundo historiadores, a ordem para matar Badaró pode ter partido do próprio
imperador dom Pedro 1º.
A contribuição de Líbero Badaró para a defesa da
liberdade de expressão vai além da tragédia pessoal. É seu um dos primeiros
escritos publicados no Brasil em defesa da liberdade de imprensa, refutando
sempre a tese de que os abusos praticados pela imprensa justificariam o
cerceamento da liberdade.
Com sua morte, aumentaram o descontentamento e as manifestações de protesto contra o absolutismo de D. Pedro 1o, que abdicou em 7 de abril de 1831.
0 comentários:
Postar um comentário