TRIBUNA LIVRE
José Roberto Pereira
Quando alguém nos fala sobre
Guimarães Rosa lembramos do escritor com obras como Sagarana, Grande Sertão
e Veredas, dentre outras.
Em 1938, o governo de Getúlio, que era ditador, e os
ditadores tinham seu próprio time com Getúlio no Brasil, Peron na Argentina,
Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha, Japão tinha um imperador absolutista,
e outros que não me lembro.
Guimarães Rosa
Guimarães Rosa além de escritor era diplomata como
vice-cônsul em Hamburgo na Alemanha. Havia um namoro de Hitler com Getúlio.
Nosso material bélico era alemão, grandes empresas alemãs tinham negócios no
Brasil e um exemplo em Pernambuco era os Ludgren praticamente "donos"
de Paulista em Pernambuco e Rio Tinto na Paraíba. Em 1938 nosso Guimarães Rosa
e sua secretária e esposa Aracy deram guarida e passaporte para inúmeras
famílias judias já que uma ação de governo na Alemanha era a eliminação de
judeus da face da terra. Os vistos eram dados como “turistas” para facilitar.
Aracy Guimarães, O Anjo de Hamburgo
A polícia secreta de Hitler, a Gestapo,
começou a notar um movimento muito grande na Embaixada brasileira e verificou a
facilidade com que famílias judias tinham “visto” no passaporte. O governo
brasileiro recebeu através da embaixada alemã no Brasil, algumas reclamações do
governo alemão neste sentido. O Brasil ficou em cima do muro até ser
pressionado pelo governo americano que queria a posse do Nordeste para poder
chegar mais perto de Dakar afim de lutar na África do Norte. O Presidente
americano deu um ultimato ao governo brasileiro: “Ou o Brasil oferecia o
litoral nordestino para criação de bases ou os Estados Unidos invadiriam o
nordeste e inclusive com plano pronto.” “Quem tem... tem medo”.
A piada falando de Hitler, deve ter sido
boa. Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas logo atrás
O Getúlio abriu, e o Nordeste foi invadido pelo
exército americano. Para se ter uma ideia: a cidade de Natal-RN tinha em 1942
uma população estimada em 40.000 pessoas. Apenas numa semana o americano
colocou em Natal 10.000 soldados entre 18 e 22 anos. Hoje o que tem de filho
americano em Natal não é brincadeira. Como alimentar estes soldados? Chegou um
pelotão com homens agricultores do Tennessee e cercaram Parnamirim de
plantações com feijão, milho, mandioca, legumes, etc.
Todo soldado americano passou a usar nossa botina
amarela e tinha orgulho de mostrar e de se confraternizar em qualquer parte do
mundo com afirmações: “você também serviu na base de Natal?”
Esta base era de segurança total e o soldado
americano era bem recebido e ovacionado pelos natalenses. O Coronel Humberto de
Alencar Castelo Branco era oficial de ligação entre o exército brasileiro e o
americano, representado pelo Coronel Vernon Walters. Foi esta amizade que
permitiu apoio total americano no golpe de 64 que encontrou Castelo Branco como
General e Vernon Walters como Adido Militar no Brasil. Chegou a se cogitar o
envio da 5ª Frota americana para o litoral brasileiro. O resto é história...
Vernon Walters e Castelo Branco
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