TRIBUNA LIVRE
José Roberto Pereira
O
ano de 1968 foi com certeza um dos melhores da minha vida. Neste ano, o ano que
não terminou, passei a morar no Colégio São João. Ano do hexa do Náutico;
passei a conhecer bem nossa capital Recife, fiz novas amizades...
Na
política infelizmente tivemos o AIS, atentado a Dom Helder, assassinato do Pe.
Henrique, bomba no aeroporto dos Guararapes com a morte do jornalista Edson
Regis e a perna amputada do jogador Paraíba do Santinha.
Terminei
o científico, passei a trabalhar no Aché-Prodoctor em 02/jul/70, também fui
aprovado no vestibular para Administração de Empresas e chegamos a janeiro de
1971 quando fui fazer minha matrícula na faculdade.
Aqui
vale salientar um detalhe, o Aché-Prodoctor proibia na época, que um
representante comercial cursasse faculdade, com a desculpa que nada poderia
atrapalhar ou desviar o foco do trabalho no laboratório. Era ordem do
presidente Adalmiro, que o gerente Natale cumpria rigorosamente. Aproveito a
oportunidade para lembrar os pioneiros na formatação e lançamento da linha do
Aché-Prodoctor nos estados da região. Em Recife nossa equipe Zé Roberto, Roney
e Esvalter; Em Alagoas, o Vilela, na Paraíba o Peletó (família tradicional) e
no interior de Pernambuco o Fabrício. Com minha mudança para Fortaleza como Gerente,
lembro dos nossos primeiros colaboradores: Maia, Zé Maria, Gilvan, Djalma,
Vilmar, Gustavo, Simonessi, Helder e o Nóbrega.
Voltando
a matrícula na universidade, entrei no prédio, fiz a matrícula e na saída a
turma estava “raspando” a cabeça dos novatos. Aparecer no Aché-Prodoctor com a
cabeça raspada era demissão sumária. E agora? As salas da universidade são do
tipo auditório, sendo a janela que dava para a rua bastante alta para um pulo. Eu
tinha 20 anos, com um preparo físico de ex-remador pelo Sport, tranquei os
dentes e saltei correndo para o Fusca 66 comprado à prestação. Na segunda-feira,
cortei o cabelo bem baixo, passei 15 dias sem frequentar a faculdade, e com
dificuldade fui cursando a noite.
Até
hoje o amigo Natale não sabe que cursei faculdade. Com a mudança para Fortaleza
e pelas viagens abandonei a faculdade e sem orgulho fui jubilado.
Uma
vez acheano, sempre acheano. A filosofia implantada pelo Aché-Prodoctor até
hoje é imbatível no trato com a classe médica.
Um
forte abraço a todos!
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