MONSENHOR ODILON AMADOR DOS SANTOS. O QUE FOI AMADO POR ELES!

on quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

 

Quando foi fundado o Colégio Estadual Humberto Mendes, (o palmeirense ex-deputado estadual e sogro do então governador de alagoas Muniz Falcão), fiz parte da primeira turma estudando o terceiro ano ginasial nos idos de 1964. O homem que lutou bravamente para criação deste colégio foi o monsenhor Odilon Amador dos Santos, seu primeiro diretor, professor de português e pároco de Palmeira, sendo seu bispo Dom Otávio Aguiar, já que o bispado teve início nesta cidade em 1962. Monsenhor Odilon foi na educação e na filosofia de vida o sucessor de Padre Dimas Gomes de Brito que pertencia à ordem do Sagrado Coração de Jesus, ordem esta fundada na segunda metade do século 19 pelo francês Padre João Dehon. Padre Dimas Gomes de Brito foi quem fundou o Colégio Pio XII, sendo seu primeiro diretor (1952) e por problemas políticos e ameaças de morte transferiu-se para o Recife sendo diretor do Colégio São João na Rua Benfica. Nesta sequência da educação temos o monsenhor Odilon, homem íntegro, de palavra, defensor dos índios e dos oprimidos. Um autêntico padre. Já perto dos 40 anos, o padre Odilon apaixonou-se por uma aluna e seguindo os trâmites da Igreja Católica solicitou do Vaticano sua saída do sacerdócio, casando-se em seguida. Início do casamento, felicidade total, esposa grávida, nasceu uma menina. Após alguns meses e, segundo os médicos numa depressão pós-parto profunda a esposa suicidou-se ficando o Odilon viúvo.

Como viúvo, apoio total dos bispos e ex-paroquianos, o Odilon voltou ao sacerdócio continuando seu trabalho em defesa da ética e decência. Em 12/10/2021 foi inaugurado um monumento dedicado ao Monsenhor Odilon Amador dos Santos (em frente à Catedral). Contarei aqui uma passagem da vida de sacerdócio mostrando sua maneira de servir ao próximo. “Padre Odilon foi visitado por senhoras da sociedade, solicitando que ele mandasse fechar um cabaré que ficava na rua por trás da catedral. Padre Odilon foi até o cabaré, encontrando jovens se prostituindo devido a miséria. As que tinham alguma leitura ele colocou na escola, outras foram trabalhar como domésticas e o dono do cabaré foi ser zelador no Colégio Estadual. Padre Odilon fechou o cabaré à sua maneira.


Monsenhor Odilon Amador dos Santos

Nas visitas dominicais, ele na sua Vemaguet preta, passando a mão na barriga afirmava: “Zé, hoje iremos visitar algumas capelas e fazendas dos amigos e você sabe: barriga de padre, cemitério de galinha.”


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