TRIBUNA LIVRE
José Roberto Pereira
Dedico esta crônica a dois amigos cearenses de quase
50 anos (eu os conheci em 1972), o José Djalma Moraes e ao Pedro Ronald Furtado
Bezerra de Menezes. Não existe no Brasil um povo tão acolhedor, amigo e
carinhoso como o cearense. Morei em Fortaleza, a capital Alencarina, na década
de 70 do século passado e sou testemunha desta afirmação.
Hoje vamos escrever sobre um baiano, porém, criado no
Ceará, um gênio esquecido pela historiografia nacional, o Rodolfo Marcos
Teófilo. Formado em Farmácia pela Universidade da Bahia, o Dr. Teófilo foi um
visionário em defesa dos menos favorecidos. Em 1877/1878 o nordeste brasileiro
e principalmente o estado do Ceará passou por uma seca tremenda associada a uma
epidemia de varíola. Só no Estado do Ceará morreram em torno de 50.000 pessoas.
Um gênio pesquisador, o Dr. Teófilo descobriu uma vacina contra a varíola e
passou a fabricá-la com custo do próprio bolso. Na época governava o Ceará a
família Accioly, sendo Dr. Teófilo opositor e por isso foi perseguido e
difamado em todo o Ceará por esta dinastia. Como seu trabalho social foi
boicotado no Ceará o Dr. Teófilo passou a exportar sua vacina para os demais
estados. Vale salientar que o Dr. Oswaldo Cruz aprovou esta vacina dando toda a
credibilidade ao Dr. Rodolfo Teófilo. Nosso personagem não foi apenas um gênio
na pesquisa, foi também um grande escritor sendo seu principal livro “A Fome”.
Doutor Teófilo casou com dona Raimundinha, foi morar
em Pacatuba e montou sua primeira drogaria. Dr. Rodolfo Teófilo também foi o
criador da Cajuína, uma excelente bebida à base do caju (1880). Originário da
Amazônia o caju teve no solo cearense um fator importante para o seu processo. A
cajuína vem do antigo Cauin uma bebida fabricada pelos índios.
O Dr. Rodolfo Teófilo é um exemplo de dedicação total
ao próximo. Infelizmente esquecido.
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