TRIBUNA LIVRE
José Roberto Pereira
Toda história é sempre contada e escrita pelos vencedores e a guerra do Paraguai
não poderia ser diferente. Esta guerra sempre foi vista por diferentes óticas:
para o Ditador Psicótico Solano López era a oportunidade de colocar seu país
como potência regional e ter acesso ao mar pelo Porto de Montevidéu graças a
sua aliança com o partido Blanco do Uruguai que estava no poder e com os
federalistas argentinos representado pelo Governador da Província de Corrientes
o General Urquiza (todos os Urquiza da América do Sul tem origem neste general);
para Bartolomeu Mitre governador da província argentina de Buenos Aires (nesta
época não havia unidade nacional na Argentina) era a maneira de consolidar o Estado
Argentino como nação; para o Império Brasileiro a guerra contra o Paraguai não
era esperada, nem desejada, inclusive a Fortaleza de Humaitá foi construída por
engenheiros brasileiros. O Paraguai tinha uma população estimada de 600 mil
pessoas. Ao fim da guerra perdeu em torno de 300 mil sendo 80% de homens. No Império
a guerra inesperada mostrou o despreparo do exército, porém, com a vitória saiu
fortalecido afastando-se da monarquia e adquirindo nova identidade e inclusive
no apelo a República. Para ser justo com todos os chefes militares que
comandaram o Exército Imperial a exemplo de Manuel Luís Osório, Manuel Marques
de Souza Polidoro da Fonseca, Guilherme Xavier, José Antônio Correia Câmara, Luiz
Felipe d’Orleans, general Mitre e o Exército argentino, Venâncio Flores e o Exército
uruguaio, vamos representa-los na figura do Marechal, o patrono do Exército Brasileiro
Luiz Alves de Lima e Silva o nosso Duque de Caxias, o Pacificador.
Caxias, foi cadete com apenas cinco anos de idade, participou como
tenente da Independência do Brasil e foi Comandante em Chefe da força Brasileira
na guerra do Paraguai entre 10 de outubro de 1866 a 18 de janeiro de 1869.
Escrever sobre as vitórias e táticas de Caxias daria vários livros,
porém seu principal feito foi a organização e disciplina do nosso exército e a
passagem do chaco paraguaio em estrada construída com mais 6.000 árvores pelo
engenheiro militar Tenente-Coronel Rufino Enéas Galvão para tomada da Fortaleza
de Humaitá. Com a tomada de Assunção, capital do Paraguai, e o aniquilamento do
Exército paraguaio com a fuga do Solano López para Cerro-Corá, Caxias sentiu que
a guerra estava ganha e escreve ao Imperador Pedro II informando esta situação.
O Imperador queria porque queria a cabeça do Solano López de preferência morto.
Com esta situação política Caxias pediu e conseguiu desligamento do comando em
chefe, passando esta chefia por ordem do Imperador, ao seu genro, o General Luiz
Felipe Gastão d’Orleans o Conde D'Eu.
Este francês, quando casou com a Princesa Isabel foi promovido a general com apenas 27 anos e não era bem visto pelo alto comando militar das forças aliadas. Foi o Conde D'Eu o maior genocida de todas as guerras do Cone Sul, principalmente na batalha de Acosta Ñu, para o Brasil Batalha do Campo Grande. Nenhum livro didático da historiografia nacional você não encontra nada sobre esta batalha a não ser no livro Reminiscências da Campanha do Paraguai do general Dionísio Cerqueira, onde ele conta detalhes sobre esta batalha escondendo a verdade. Esta verdade você encontra no livro Genocídio Americano do historiador José Júlio Chiavenatto. Escreve Chiavenatto: “A Batalha Acosta Ñu” aconteceu próximo a hoje cidade do Eusébio Ayala no centro do Paraguai e foi nas palavras de Chamorro um verdadeiro massacre. De um lado o Exército Brasileiro com 25 mil homens, do outro, os paraguaios com 3.500 crianças/soldados entre 9 e 15 anos, além de crianças entre 6 e 7 anos que também acompanhavam o grupo. Os rifles dos soldadinhos, alguns eram de madeira. As crianças agarravam nas pernas dos soldados brasileiros e pediam para não morrer e sendo barbaramente degolados a mando do genocida Conde D'Eu. Após esta batalha o Conde D’Eu mandou tocar fogo em tudo, morrendo carbonizadas as crianças que se salvaram e suas mães. Essa batalha foi em 16 de agosto de 1869, sendo o dia 16 de agosto como Dia da Criança no Paraguai.
Com a morte do Solano López no dia 01 de março de 1870, terminou o genocídio brasileiro, onde a população civil foi a principal prejudicada.
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