Hoje vamos narrar um fato, que poucos
pernambucanos conhecem, por falta de nativismo dos nossos gestores que não se
preocupam em ensinar nossa belíssima história.
Pernambuco em meados do século XVIII, tinha 280 mil km² (hoje apenas 90
mil) de terras que dividiam com Minas Gerais, pois, toda a metade da Bahia era
nossa. O Bispado de Olinda mandava em todo o Nordeste. As capitanias da Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão eram subordinados, politicamente a
Olinda, sendo Alagoas parte do nosso território.
Pernambuco sempre quis liderar uma autonomia maior para o Nordeste, daí
várias revoltas e conspirações sempre contra a Coroa Portuguesa. Pernambuco
participou da Insurreição Pernambucana, Quilombo dos Palmares, Guerra dos
Mascates, Conspiração dos Suassuna, Revolução de 1817, Convenção de Beberibe,
Confederação do Equador, Setembrizada, Abrilada, Guerra das Cabanas, Revolução
Praieira e guerra dos Marimbondos da qual Frei Caetano de Messina teve
participação direta.
Em Pernambuco (1850) o agricultor pobre não tinha acesso à propriedade
da terra e dependia diretamente dos senhores de terra. Na época eleitoral não
tinha direito a voto, pois não tinha renda suficiente para ser um “homem bom”. A
presença do governo só chegava para cobrar impostos. Esta situação de desprezo
contribuía para formar uma população acovardada, temerosa, mas que também podia
reagir com uma violência imediata.
Alguns Capuchinhos se tornaram famosos como Frei Caetano de Messina que
não só construiu o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, como pregou em
diversos pontos da província sendo um dos responsáveis, em 1852, por pacificar
o movimento popular “Guerra dos Marimbondos” que iniciou em Pau D’alho em 1 de
janeiro e tinha como objetivo ser contra Decreto Imperial de 18 de junho de 1851
que tornava obrigatório o registro de nascimento e óbito em todos as paróquias.
Os “matutos” tinham medo que esse
registro facilitasse a convocação para as forças armadas. O movimento foi para
a Paraíba com o nome de “Ronco das Abelhas”. Os matutos não formavam uma força
organizada, pois chegavam em grupos nas vilas e povoados, assaltavam os
cartórios queimando os livros de registros e se dispersavam.
Fato semelhante aconteceu em 31/10/1874 com a Revolta do Quebra Quilos. Movimento
iniciado na Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco contra o sistema métrico
decimal. Os “matutos” estavam acostumados a medir através de braça, arroba, léguas,
côvados, cuias. Chegavam nas feiras e quebravam tudo que representavam o novo
sistema, invadindo cartórios e queimando escrituras.
Nosso Pernambuco sempre indomável.
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