ANA JOAQUINA DE ALBUQUERQUE,
A MATRIARCA DA FAMÍLIA
Pedro Pereira
Neto
Esta
senhora era filha de José de Barros Lima “O Leão Coroado”. Ana Joaquina de
Albuquerque foi casada com o revolucionário José Mariano de Albuquerque, que
era Secretário do Regimento, e foi acusado junto com o sogro, José de Barros
Lima, da morte a golpes de espada do Brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de
Castro. José Mariano de Albuquerque foi um covarde na Revolução. Abandonou sua
tropa no combate de Ipojuca. Foi julgado e enviado para a Índia em degredo
perpétuo.
Nesta situação, Ana
Joaquina de Albuquerque, que era de Igarassu, casou-se em segundas núpcias com
Francisco Gomes de Araújo Pereira, que era filho natural de Nazaré da Mata-PE.
Carta por Clemência de
Ana Joaquina de Albuquerque, na época com 16 anos, ao Desembargador José
Ferreira da Cruz, em favor do seu marido o covarde José Mariano de Albuquerque.
Ana Joaquina de Albuquerque gerou Urbano Gomes de Araújo Pereira, que gerou
Simplício Olavo de Araújo Pereira, que gerou Maria de Lourdes Pereira que gerou
José Roberto Pereira, o autor deste trabalho.
Ilmo Sr Desembargador José Ferreira
da Cruz.
Olinda,
16 de julho de 1817.
Jamais
se esquecera a caridade, honra e bons ofícios com que Vossa Senhoria me recebeu
quando aflita procurei o seu patrocínio ficando certificada ter em Vossa
Senhoria uma Generosa proteção, porém, muito mais realçou a minha esperança
quando recebi a oficiosa atestação de Vossa Senhoria a favor daquele infeliz
(José Mariano de Albuquerque) tudo são produções de uma alma grande e eterno o
meu reconhecimento. Tenho notícia que está o Sr. Ouvidor de Olinda com devassa
aberta para conhecer as culpas dos réus que se acham presos, cujo procedimento
me tem consternado e afligido o mais possível na consideração de qual será a
sorte de meu infeliz marido se vossa senhoria não orar por ele e neste lance eu
me sacrifico literalmente e sem limite a minha aflição me transportar de modo
que me não sei explicar e só se bradar que por vida da Ilma Sra. Companheira e
pelo Deus que nos sustenta valha a uma desesperada mulher e quase viúva que
fica em consumidoras esperanças pela resposta de vossa senhoria mandando-me a
certeza do que realmente se tem passado se já se devassou nesta praça, e se vem
o Ministro conhecer dos fatos nesta Vila de Igarassu onde e nossa moradia
dentro do seu termo. VS me fará o favor de entregar essas lasquinhas de açúcar
a Ilustríssima Senhora Companheira e que me perdoe à afoiteza, pois é um sinal
de que lhe sou tributaria. Deus guarde a Vossa Senhoria com saúde e felicidade
por dilatados anos para maior prazer e amparo de quem é.
De
vossa Senhoria muito atenciosa e obrigadíssima sua serva: ANA JOAQUINA DE
ALBUQUERQUE. ”
Após estes acontecimentos toda a família, ou parte dela, fugiu para o
Sul de Pernambuco. Consta que José de Barros Lima tinha um filho homem e três
filhas mulheres. Desta prole fugiram para o Sul de Pernambuco (Bom Conselho do
Papa Caça) José de Barros Lima Filho, sua esposa Luiza de Barros Lima, a outra
irmã Ana Joaquina de Albuquerque (a mudança do sobrenome Barros Lima por
Albuquerque foi devido seu primeiro marido ser José Mariano de Albuquerque).
Nesta fuga, além dos
dois filhos de José de Barros Lima, fugiu também Francisco Gomes de Araújo
Pereira (Frade). Esta alcunha de Frade foi devido a Francisco Gomes de Araújo
Pereira ter fugido vestido de batina, pois, como o mesmo teve alguma
participação na revolta, poderia ser apanhado pelas patrulhas. Fugiu também sua
irmã, Francisca Maria de Barros Pereira e seu marido Simplício Olavo Coelho da
Silveira Barros. Também participaram desta caravana Luís da Costa Pereira, sua
esposa Cândida Angelina de Lima, Alípio Coelho de Barros Lima e sua esposa
Maria Izabel de Barros Lima.
É importante observar
que todos os Barros Lima, Araújo Pereira, Pessoa da Veiga, Silveira são
famílias aparentadas e unidas nesta situação de fuga pelo Agreste pernambucano.
Por ser viúva, sem filhos, e em pleno vigor da sua adolescência, ANA JOAQUINA
DE ALBUQUERQUE casou-se com FRANCISCO GOMES DE ARAUJO PEREIRA (FRADE). Desta
união nasceram: Urbano Gomes de Araujo Pereira, (nasceu em 1841 na Fazenda
Cacimbinhas, falecendo em 06/03/1927, no Engenho Carangueja), Luis Gomes de
Araujo Pereira; José Gomes de Araújo Pereira (conhecido com JOSÉ DE FRADE,
morreu nas Cacimbinhas em 16/06/1896) e Ana Joaquina de Araújo Pereira.
Do casamento de
Simplício Olavo da Silveira Barros e Francisca Maria de Barros Pereira (irmã de
Francisco Gomes de Araujo Pereira (Frade) nasceram: Ana de Azevedo Lima (nasceu
em 1845, falecendo no dia 09/04/1893 aos 48 anos de idade), Ângela de Azevedo
Lima; Cândida de Azevedo Lima; Maria Hermana de Azevedo Lima; Fracelina
Gertrudes de Azevedo Lima e Luzia de Azevedo Lima. (Luzia Menina).
O casamento de Urbano
Gomes de Araujo Pereira com Ana de Azevedo Lima foi realizado em 8/1/1866.
Sobre o casamento, é importante esclarecer que Urbano viajou mais de 30 dias a
cavalo entre Bom Conselho e Recife para comprar o enxoval. Foi acompanhado
nesta viagem pelo seu escravo de confiança. A foto de Urbano Gomes de Araujo
Pereira que está neste trabalho foi tirada em Recife por Cassiano Souza (o
original desta foto se encontra em poder de José Roberto Pereira, seu bisneto).
Deste casamento nasceram: Francisco Gomes de Araujo Pereira (mesmo nome do seu
tio FRADE), José Gomes de Araujo Pereira (Cazuza), Antonio Gomes de Araujo
Pereira (Totonho), Simplício Olavo de Araujo Pereira (nasceu em 1867), Laura de Araujo Pereira,
Cândida de Araujo Pereira, Mocinha de Araujo Pereira, Jacinta de Araujo
Pereira, Francisca de Araujo Pereira, Maria Leopoldina de Araujo Pereira (Yaia)
Observem que Urbano Gomes de Araujo Pereira era primo legítimo de Ana de
Azevedo Lima. Pois era comum nesta família o casamento entre primos.
Um fato histórico é que
todos os descendentes das famílias revolucionárias foram residir na Fazenda
Cacimbinhas, que fica localizada entre os Municípios de Bom Conselho - PE e
QUEBRANGULO - AL, adquirida em 1823.
Todas as terras que hoje
compreendem as fazendas Cacimbinhas, Garrincha, Impueiras, Baça, Lagoa dos
Colatinos, Borges e Lages, foram compradas por Francisco Gomes de Araújo
Pereira (Frade) e seu cunhado Simplício Olavo Coelho da Silveira Barros pela
quantia de 600 réis. Vale salientar que um escravo na época valia 800 réis
aproximadamente (Diário de Pernambuco).
Na fuga para
Cacimbinhas, as famílias levaram dois escravos de campo e um escravo de
confiança. Já sabemos que Urbano Gomes de Araújo Pereira casou com sua prima
legítima Ana de Azevedo Lima. Vamos então, relacionar os casamentos das demais
filhas do Simplício Olavo Coelho da Silveira Barros com Francisca Maria de
Barros Pereira.
Foram elas:
- Ângela de
Azevedo Lima casou-se com Teodolo da Costa Pereira
- Cândida de
Azevedo Lima casou-se com Lourenço da Costa Pereira
- Maria Hermana
de Azevedo Lima casou-se com Antonio Apolinário de Barros Lima (Sinhozinho das
Minas)
- Fracelina
Gertrudes de Azevedo Lima casou-se com Agostinho Coelho da Silveira Barros
- Luzia Menina
casou-se com João Evangelista Coelho da Silveira Barros
OBSERVAÇÃO:
Antes de casar-se com
Luiza Menina, João Evangelista da Silveira Barros, foi casado com uma irmã de
Luiza Menina. Do primeiro casamento de João Evangelista da Silveira Barros
nasceu uma filha de nome MARIA LIMA SILVEIRA BARROS.
Os descendentes
desta Maria Lima Silveira Barros são: Maria Lima da Silveira; José Mariano Lima
da Silveira; Nilo Lima da Silveira e Mario Lima da Silveira (MARIO VEIGA).
Toda a fazenda Borges foi dividida entre estes Silveiras.
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A REPÚBLICA DE PERNAMBUCO
E A MAÇONARIA
A primeira loja
maçônica fundada em Pernambuco foi o Aerópago de Itambé. Foi seu fundador,
Manuel de Arruda Câmara que era médico como ele. Os três irmãos Francisco, Luis
Francisco e José Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque (conspiradores do
Engenho Suassuna), o Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro (a
participação dos padres e confrarias religiosas nas lojas maçônicas era muito
grande) o Capitão André Dias Figueiredo, os padres Antônio e Felix Velho
Cardoso, José Pereira Tinoco e Antônio de Albuquerque Montenegro.
Em 1801 com a
denúncia de conspiração levantada contra os irmãos Cavalcante de Albuquerque
(conspiração dos Suassuna) o Aerópago foi dissolvido. Em 1803, livre das
acusações, Francisco de Paula fundou na sua residência do Cabo de Santo
Agostinho, a chamada Academia Suassuna (nome do engenho). Fazia parte desta
Academia o capitão-mor da Vila do Cabo, Francisco Paes Barreto. Pouco depois,
Francisco Xavier de Novais Cavalcante. Capitão-mor de Igarassu organizou outra
loja. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, ouvidor da Comarca de Olinda, a partir
de 1815 era um dos seus frequentadores.
Em 1816 com a nomeação do Padre João Ribeiro para capelão do Hospital do Paraíso em Recife, começa a funcionar aí a Academia do Paraíso. Na casa do Antonio Gonçalves Cruz e de Domingos José Martins estavam instaladas as Academias do Oriente e do Ocidente, respectivamente. José Lins de Mendonça, advogado, era assíduo frequentador dessas academias. Portanto, a maior parte dos frequentadores das lojas maçônicas teve papel de destaque não somente na Revolução Pernambucana de 1817, como também, na Confederação do Equador, Revolução Praieira, lutas para nossa independência, Primeiro e Segundo Reinados e nascimento da República. Diria mais desde os Cavaleiros Templários do Grão Mestre Jacques de Molay (1119), ordem Católica fundada em Jerusalém, que os maçons prestam um grande serviço à humanidade.
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NOS TEMPOS DO IMPÉRIO
Durante
o período do Império, principalmente o Segundo, o Brasil tinha uma moeda
estável e forte, possuíamos uma grande marinha mercante, tivemos os primeiros
correios da América do Sul. O Brasil foi uma das primeiras nações a instalar
linha telefônica e o segundo país do globo a ter selo postal.
O
Parlamento do Império ombreava com a da Inglaterra. A diplomacia brasileira era
uma das primeiras do mundo, tendo o Imperador sido árbitro em questão da
França, Alemanha e Itália.
Imperador Pedro II
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga
Em 67 anos de Império, tivemos uma inflação média
anual de apenas 1,58%. Somente nos primeiros dias do golpe militar, comandado
por DEODORO DA FONSECA, a inflação chegou a 10%.
Em
A unidade monetária do Império, o mil réis,
correspondia a 0,9 (nove décimos) de grama do ouro equivalente a libra
esterlina.
Embora
o orçamento geral do Império tivesse crescido dez vezes entre 1841 a 1889 a
dotação da casa Imperial se manteve a mesma, isto é, 800 contos de réis anuais.
Vale salientar que, Pedro II destinou ¼
de seu orçamento pessoal à Guerra do Paraguai. 800 contos de réis anuais
representavam 67 contos de réis mensais. Uma das alegações dos que deram o
golpe republicano no Império era que a Coroa gastava muito e isto não é
verdade, pois o primeiro ordenado de Deodoro da Fonseca foi de 120 contos ao
mês, praticamente o dobro do que ganhava o Imperador.
Dom
Pedro II se recusou a receber a quantia de 5 mil contos de réis quando foi
deposto, explicando que este dinheiro era do povo brasileiro.
No
Império, o salário de um trabalhador sem nenhuma qualificação era 25 mil réis.
Esta quantia era equivalente hoje a 3 salários mínimos.
O
maior empresário do Segundo Império foi José Evangelista de Souza, O Barão de
Mauá. Em tempos de hoje, era como se o Barão fosse dono de todas as estradas de
ferro, todos os estaleiros, Grupo Votorantin, Bradesco e Vale do Rio Doce.
Nesta
época áurea do Império nasceu em 1867 na Fazenda Cacimbinhas, ao Sul de Bom
Conselho, SIMPLÍCIO OLAVO DE ARAUJO PEREIRA, meu avô materno.
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