Quando vemos Jesus Cristo de olhos azuis, cabelos
loiros, pintados por Miguel Ângelo, Rafael e da Vinci, representantes do Renascimento,
eles não retratam a realidade. Com certeza e, há dois mil anos atrás, o Jesus
deveria ter a pele morena (quase negra) e cabelos pretos, um autêntico
representante dos que nascem na África do Norte a exemplo dos reis egípcios da mesma
época.
Você já viu um negro pintado pelos renascentistas?
Quem bem representou Jesus negro foi o filme Auto
da Compadecida do mestre Ariano. No que diz respeito ao racismo não existe
maior hipocrisia de como o negro é tratado no Brasil, pois, a escravidão e, com
raras exceções, está na alma do povo brasileiro. O período foi de 1532 até 1888,
num total de 356 anos.
Uma das raras exceções foram os escravos do meu
bisavô materno Urbano Gomes de Araújo Pereira, pois, deu carta de alforria às
cinco famílias de escravos em 1875. Ele não permitia senzalas e cada família
tinha seu próprio mocambo ou casa de taipa. Cada família de escravos tinha seu
pedaço de terra para roça, podia criar cabras e galinhas e todos os filhos até
10 anos recebiam da fazenda um litro de leite por cabeça. Após a libertação dos
escravos, todas as famílias continuaram morando com Urbano no seguinte esquema:
“ele pagava na semana aos maiores de 18 anos 3 dias e 2 de graça por conta
da moradia, terra para roça, etc.”
Na minha infância conheci Joaquim Francisco Bezerra,
um negro de 80 anos, casado com Dona Benta Bezerra, uma figura humana
extraordinária, que nasceu em 1877. Era um grande contador de histórias dos
seus antepassados e conhecido na região das fazendas Cacimbinhas e Garrincha
como Joaquim Chico e pai de Maria Francisca Bezerra da mesma idade da minha avó
Caridade e que ajudou muito na minha infância e pré-adolescência. Todos os meus
tios e tias tinham por ela um grande respeito.
No primário (Educandário N. S. da Conceição – Maceió)
o meu grande amigo era um negro, o Everaldo e sempre era olhado de lado pelos “brancos”.
Para um negro crescer no Brasil tem que ser muito bom e levar muito desaforo.
Quantos presidentes de empresas na cor negra temos no
Brasil?
O pior racismo é o brasileiro que queima devagar como
fogo de monturo. Dizer que não temos racismo no Brasil é uma tremenda
hipocrisia. Com um detalhe, 90% do povo nordestino tem sangue negro nas veias.
Se você duvida faça um exame.
Vamos lembrar os negros que fizeram história?
Leônidas da Silva (o inventor da bicicleta no futebol)
Jesse Owens (campeão olímpico em 1938, colocando os arianos de Hitler no bolso)
Ademar Ferreira da Silva (campeão olímpico do salto
triplo)
Pelé (o Rei do futebol)
Didi (o inventor da Folha seca no futebol)
Muhammad Ali (campeão no boxe)
Mike Tyson (campeão no boxe)
Anderson Silva – Spyder (campeão do UFC)
Michael Jordan (campeão no basquete)
Lewis Hamilton (o primeiro negro campeão mundial da
fórmula 1)
Os quenianos (imbatíveis nas corridas a distância)
E vários outros que não me lembro e merecem os
parabéns.
Nas novelas os negros/negras, só frequentavam a
cozinha e hoje pelo menos estão na sala.
A humanidade nasceu negra e na África.
Um abraço a todos e todas.
0 comentários:
Postar um comentário